quarta-feira, 16 de maio de 2012

Medicina Antroposófica: saiba o que é!


A antroposofia é um termo que surgiu na grécia e quer dizer "conhecimento do ser humano." Dessa forma a medicina antroposófica é uma forma de conhecer mais profundamente a natureza do ser humano e do universo ampliando o tratamento da saúde para além do convencional, do acadêmico.

De acordo com medicina antroposófica, temos quatro estruturas essenciais que constituem o ser humano:

1. O Corpo Físico: mineral, substancial, existente em diversas formas, em todos os reinos da natureza.

2. O Corpo Vital ou Etérico: fundamento da vida, das características puramente vegetativas, crescimento, regeneração e reprodução. Existe em todos os organismos vivos.

3. O Corpo Anímico ou Astral: é o fundamento da organização sensitiva do homem; ele reordena os processos biológicos, permitindo a aparição do sistema nervoso no mundo animal e no homem.

4. A Organização para o Eu: é a organização própria do homem, dá a auto-consciência e reagrupa as atuações dos outros três corpos, surgindo assim o andar ereto e as capacidades de falar e pensar.

Essas quatro organizações agrupam-se reciprocamente em três formas diferentes no organismo humano, surgindo assim uma estrutura funcional e anatômica de constituição tríplice:

1. Sistema Neuro-sensorial: concentrado principalmente na região da cabeça, mas também distribuído por todo o corpo. Ele está a serviço da consciência.

2. Sistema Rítmico: cujo centro funcional se encontra na região torácica, onde a característica das funções pulmonar e do coração é o ritmo. Também presente nos ritmos de outras funções biológicas, fora da cavidade torácica.

3. Sistema Metabólico e das Extremidades: agrupa todos os processos metabólicos, base para o sustento, regeneração e movimento do organismo, cujos órgãos principais se concentram na cavidade abdominal e extremidades; mas funcionalmente presente, tal como os outros dois sistemas, em todo o organismo e em cada uma de suas células e tecidos.

A metodologia própria da Medicina Antroposófica permite pesquisar os reinos da natureza à procura de medicamentos para as doenças, e a mesma metodologia tem levado ao desenvolvimento de procedimento farmacêutico próprio para a fabricação desses medicamentos.

Os medicamentos próprios desta forma de medicina são tomados dos três reinos da natureza: mineral, vegetal e animal, e suas indicações e mecanismos de atuação são conhecidos através do método de pesquisa de Antroposofia.

A terapêutica da Medicina Antroposófica vai bem além do uso de medicamentos. A partir dela, têm-se desenvolvido outros recursos com indicações específicas e diferenciadas, como:

1. Euritmia Curativa: terapia baseada em determinados movimentos corporais.

2. Terapia Artística: utiliza de forma terapêutica as diferentes artes: modelagem, música, desenho, pintura.

3. Massagem Rítmica.

4. Quirofonética: terapia baseada na fala.

O que a Antroposofia não é

a) Não é um movimento ou edifício místico de idéias. O misticismo é essencialmente baseado em sentimentos e em visões imagéticas sem que sejam acompanhados de um pensamento cognitivo; é transmitido em forma de imagens e metáforas. A Antroposofia é fruto de observações permeadas por um pensamento consciente, e é transmitida sob forma de conceitos, dirigida à busca por compreensão de fatos, fenômenos e idéias que caracteriza o ser humano contemporâneo.

b) Não é uma religião. Ela não tem cultos. Ela é cultivada individualmente, em grupos de estudo abertos e nas instituições onde é levada à prática.

c) Não emprega mediunismo. O desenvolvimento e o uso de órgãos de percepção supra-sensível devem ser feitos em plena consciência de vigília, preservando a autoconsciência e a individualidade.

d) Não é sexista, racista ou nacionalista. Pelo contrário, ela mostra que a essência de cada ser humano, o que ela denomina de Eu Superior, e cuja evolução é a nossa missão na presente Terra, não tem sexo, nem raça, nem religião e nem nacionalidade.

e) Não é moralista. Não há regras de conduta para aqueles que adotam a Antroposofia como princípio de vida. Cada um deve estabelecer suas próprias regras de conduta consciente, de acordo com o conhecimento e não a partir de impulsos inconscientes ou seguindo tradições cegamente.

f) Não é dogmática. Rudolf Steiner referiu-se várias vezes ao fato de que não se deveria acreditar naquilo que ele expôs, e sim tomá-lo como hipótese de trabalho à espera de comprovação pessoal. Em particular, deve-se sempre verificar que o que ele transmitiu confere com aquilo que se observa na natureza, forma um todo coerente, e não contradiz fatos científicos (atenção, devem-se distinguir fatos científicos de teorias e julgamentos baseados nesses fatos, com os quais obviamente podem haver contradições). Em uma palestra proferida em Milão em 21/9/1911 (no volume GA-130 do catálogo geral), Steiner disse:

"Muitas coisas que eu disse hoje somente podem ser controladas por meio da pesquisa oculta. Mas, meus queridos amigos, peço a vocês que não acreditem nessas coisas e as verifiquem com os fatos que acontecem na História e com todas as experiências que tiverem. Estou tranqüilo em saber que, quanto mais as examinarem, tanto melhor pode-las-ão confirmar. Na época do intelectualismo, eu não apelo à sua fé em uma autoridade, mas ao seu exame intelectual."

Ele também afirmou que a Antroposofia era adequada para a sua época, e deveria ser dinâmica e acompanhar a evolução da constituição humana, que não permanece estática.

g) Não é uma seita, e muito menos secreta. Ninguém que estuda a Antroposofia recebe indicações sectárias ou secretas; tudo está publicado e os grupos de estudo, incluindo os Ramos da Sociedade Antroposófica no Brasil, podem ser freqüentados por qualquer pessoa.

h) Não é uma sociedade fechada. Qualquer pessoa pode tornar-se membro da Sociedade Antroposófica Geral, diretamente ou por meio dos Ramos da Sociedade Antroposófica no Brasil. A admissão na Sociedade não depende de etnia, religião, nível sócio-econômico e educação.

i) Não é Teosofia. Rudolf Steiner iniciou suas atividades públicas dando palestras sobre os resultados de suas próprias observações dos mundos espirituais para membros da Sociedade Teosófica, no início do século XX. Em sua autobiografia, ele cita que foi o único grupo de pessoas da época interessado em uma transmissão conceitual das realidades esotéricas. Ele tornou-se Secretário Geral do ramo alemão daquela sociedade, onde permaneceu até 1912. Por divergências profundas para com as idéias propagadas pelos dirigentes da mesma, ele saiu dela e fundou em 1913 a Sociedade Antroposófica. Basta ler algumas de suas obras para perceber-se que suas contribuições jamais basearam-se nos escritos teosóficos; obviamente, no início de suas atividades públicas sobre assuntos esotéricos ele usou a terminologia teosófica, mas logo acabou por desenvolver sua própria, mais adequada para a época e para um enfoque conceitual ocidental.

Fontes:
http://www.sab.org.br/antrop/
http://sab.org.br/med-terap/art-kaliks.htm



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